Oi… Ainda lembra de mim? Eu costumava ser a tua princesinha. A garota dos teus sonhos, o teu “bom dia” pela manhã. Eu costumava te beijar a bochecha, te dar um afago. Eu era muito mais tua do que minha. Sempre fui. Tenho medo de que seja até agora, e dói. Eu tenho medo de que você não pense mais em mim, de que você não se pegue recordando dos nossos momentos, do nosso amor. Eu tenho medo de que você tenha esquecido do meu sorriso. Tenho medo de que meu coração tenha ido embora junto contigo. Falando nele, devia cuidar um pouco melhor do mesmo. De uns tempos pra cá ele vem me escrevendo cartas, vem me ligando de madrugada e chorando quieto. Grita com um som abafado, esconde o rosto com um sorriso torto. Ele ainda bate; bate sim. Mas sobreviver não é sinônimo de estar bem… E tá doendo. Tá doendo demais, amor. Eu sinto tanto a tua falta. Parece que você roubou tudo de mim, entende? Os suspiros, a felicidade, até as músicas… E deixou um buraco no lugar. […] Dia desses vi vocês dois. Ela te chamava de idiota e você sussurrava um “Eu te amo” como resposta. Vocês eram o típico casal perfeito, daqueles de dar inveja. Tuas promessas foram despejadas, jogadas fora como um lixo qualquer; e agora eu me via nela. Bonita, até. Tinha os olhos grandes e os cabelos louros. Tudo o que você sempre adorou numa garota… Tudo o que eu não era, mas que você parecia não se importar. Parecia ser só meu; me iludi. Porque o que mais dói é saber da verdade e querer acreditar numa mentira; o que mais dói é ter certeza que foram só palavras, e que elas não significaram nada. Difícil mesmo é ter noção de que querendo ou não, meu coração sempre foi teu. Até mesmo quando mentia, quando me machucava ou quando estava distante. Ele sempre foi, e sempre vai ser.